Santos e Ceará não apresentaram um primor de futebol no jogo deste domingo pela 15ª Rodada do Brasileirão 2011. Foi uma partida morna e sem grandes emoções.
O jogo foi equilibrado no primeiro tempo, onde os talentosos santistas esbarravam no aplicadíssimo time do Ceará que, apesar de utilizar-se de sua principal característica que é a forte marcação, não abdicou, em nenhum instante, de buscar a vitória.
Poucas oportunidades de ambos os lados e as bolas paradas faziam os melhores momentos da primeira etapa do jogo, até que numa troca de passes na entrada da área do Ceará entre Elano e Arouca, este chutou para a defesa de Diego que largou a bola nos pés de Borges que não perdoou e marcou o primeiro e único gol do jogo.
A partir daí, só se viu o Ceará jogar. O time do Santos não conseguiu desenvolver as jogadas devido a eficiência da defesa cearense e o Vozão tocava bem a bola, com Tiago Humberto distribuindo bem o jogo, porém, os atacantes pecavam na famigerada última bola.
O segundo tempo prometia um sufoco para o time santista, o que se concretizou, pois, o Ceará tinha mais posse de bola e volume de jogo capaz de pressionar o Santos na sua defesa, mas, durou pouco, porque os treinadores precisavam mostrar serviço e fazerem as substituições para que seus times alcançassem seus objetivos.
Daí aconteceu, de novo, o que tem sido uma constante nas partidas do Ceará: A péssima leitura do jogo e, conseqüentemente, as desastrosas mudanças promovidas pelo treinador Vagner Mancini. Primeiro, ele tirou o lateral Boiadeiro e colocou Felipe Azevedo, cometendo um erro recorrente desde que chegou ao Ceará, achar que o número de atacantes fará com que o time faça gols. Pensamento simplista para um treinador com a sua experiência e conhecimento e que, ainda por cima, foi jogador de futebol, e dos bons. Aliás, para reforçar, pasmem que ele foi capaz de manter três atacantes, nos dois jogos anteriores, mesmo jogando com um homem a menos. Logo depois, inexplicavelmente, ele tirou o meia Tiago Humberto, que era o homem responsável pela distribuição das bolas no meio campo do Ceará e que garantia a posse da bola com um alto índice de acertos nos passes, e colocou Enrico, que também é meia, mas, que não tem a mesma qualidade de passe de T. Humberto e possui a característica de cair mais pelas pontas.
A partir daí, o time não conseguiu mais sair jogando, não conseguiu mais manter a posse da bola e o Santos voltou a apresentar perigo, até porque o lado direito da defesa do Ceará ficou desguarnecido com a saída de Boiadeiro. Depois dos 30 minutos trocou o centro avante Roger por Washington, aliás, ninguém entendeu porque Washington não começou o jogo como titular, visto que é um dos artilheiros da equipe.
O jogo ficou horrível de se ver, de um lado o Ceará desesperado sem conseguir desenvolver futebol para fazer a bola chegar no ataque com qualidade, do outro lado o Santos, satisfeitíssimo com o resultado e, além disso, muito, mas muito agradecido ao treinador Vagner Mancini por ter facilitado a conquista de mais três pontos nesse jogo. Parabéns ao Neymar que, assim como Ronaldinho e Tiago Neves, forçou o terceiro cartão amarelo por entender que seus time não pecisaria dele para enfrentar a equipe do Ceará. Será que é porque esses jogadores sabem que do outro lado tem o Vagner Mancini para suprir suas ausências? Parece que tá virando moda e, enquanto estiver funcionando, pode ser que outros craques utilizem esse recurso.
Parabéns aos jogadores do Ceará que tentaram de todas as formas compensar as besteiras cometidas pelo seu treinador, mas, é que se torna muito difícil para os jogadores superarem os obstáculos quando dois treinadores trabalham juntos para impedir, principalmente, quando um deles é o seu próprio treinador.
by Ricardo Feijão