Ceará 3 X 0 Atlético-MG – Análise

Incontestável a vitória do Vozão sobre o Galo Mineiro ontem pela 8ª rodada do Brasileirão no Estádio Presidente Vargas. Inicialmente, ressalto a boa escalação do treinador Wagner Mancini, mas, é preciso reconhecer que a facilidade do jogo e a elasticidade do placar se deram muito mais pela inoperância do time do Atlético do que pela performance do Ceará. Esse alerta é necessário para evitar que os sensacionalistas de plantão e os palpiteiros de pós-jogo comecem a gritar aos quatro ventos que foi um jogo convincente. Vamos aos fatos.

Primeiro, foi um jogo fácil. O adversário, em nenhum momento, pôs em risco a sorte desse jogo e, quando isso acontece, precisamos ter muita cautela nas avaliações.

Falar do Atlético é fácil. Um time desentrosado, tecnicamente limitado e nitidamente desmotivado. Começa daí a análise que conclui que o Ceará enfrentou um time fraco na marcação, sofrido na criação e sem nenhum poder ofensivo.

O Ceará, jogando em seus domínios, tinha a obrigação de tomar a iniciativa do jogo, e o fez. O esquema tático alternando de 4-3-1-2 para 3-5-2 com o Heleno, ora sendo o primeiro volante cobrindo as subidas dos alas, mais especificamente do Boiadeiro pela direita, ora atuando como terceiro zagueiro, é a espinha dorsal da equipe e, com o meia e os dois atacantes dificultando a saída de bola do adversário, facilitou ainda mais o trabalho e fortaleceu o esquema defensivo do Ceará. Até aqui, tudo bem, apesar da inoperância do ataque do time do Atlético, sabemos que nunca é fácil enfrentar Michel, João Marcos, Heleno e Companhia.

O que é preciso ressaltar e alertar é a irregularidade do time durante os 90 minutos. O Ceará alternou bons momentos, com grande volume de jogo, porém, não sabendo tirar proveito da superioridade, e maus momentos, quando uma letargia coletiva se apoderava do time, dando ao adversário a possibilidade de reação, o que não aconteceu por pura incompetência da equipe do Atlético Mineiro.

Análise individual:

Fernando Henrique: Novamente apresentou falhas que confirmam a má fase (Nota: 6).

Boiadeiro: Mais participativo que Vicente nesse jogo, foi peça importante no jogo (Nota: 8,5)

Fabrício: Como sempre, regularíssimo em suas atuações. (Nota: 8,5)

Sacoman: Boa atuação e participação nas saídas de bola com bons lançamentos (Nota: 7,5)

Vicente: Menos utilizado nas subidas, mas, quando foi se saiu bem. Falhou na marcação. (Nota: 7)

Heleno: O Heleno de sempre, forte na marcação não dá espaço ao adversário (Nota: 7,5)

João Marcos: Boa marcação, mas, uma atuação abaixo do que tem capacidade (Nota: 7)

Michel: Firme na marcação, é sempre destaque, inclusive quando chega na frente. (Nota: 8)

Tiago Humberto: discretíssima atuação, bom passe, mas, pouca produtividade (Nota: 6)

Osvaldo: Veloz como sempre, assusta a defesa adversária, fez um gol, mas, precisa servir mais (Nota: 7,5)

Nicácio: boa atuação dentro do seu papel enquanto esteve em campo. Fez um gol (Nota: 7)

Felipe Almeida: Rápido, mas, pouco produtivo. Talvez falte ritmo de jogo (Nota: 6)

Rudnei: Responsabilidade para marcar e ao mesmo tempo fazer a ligação. Conseguiu (Nota: 7)

Enrico: Não deu tempo para avaliar. Pegou na bola duas vezes.

Autor: Ricardo Feijão