Categoria: Crônica

Ceará, cade voce ?

Vi com muita atenção ao jogo em que o Ceará foi VERGONHOSAMENTE goleado pelo péssimo time do América mineiro, foram quatro gols sofridos de uma forma anormal para quem conhece o Ceará a alguns anos, os gols foram todos gerados de falha de marcação dos volantes, João Marcos improvisado como lateral nada acrescenta, não apoia nem marca com eficiência, Michel está longe do Guerreiro que conhecemos, Heleno tem sido o único a salvar-se ultimamente, embora hoje também tenha jogado muito mal, a zaga, embora desfigurada não teve culpa nos gols, Vicente apático, praticamente não acertou nenhum cruzamento nos 90 e poucos minutos, Rudnei inexistente no primeiro tempo, Leandro Chaves foi um dos poucos que tentou, mas não teve ajuda e sozinho nada conseguiu, Thiago Humberto e Felipe Azevedo em nada acrescentaram, cada um foi autor de um chute perigoso no segundo tempo, mas é pouco pra quem precisa vencer, Oswaldo conseguiu apenas uma jogada, a do gol solitário de Felipe Azevedo, os centro-avantes, coitados, nem recebem bola, Roger ainda teve uma chance, Washington, que eu me lembre nem pegou na pelota, pelo andar da carruagem, a Série B bate à nossa porta, Estevam decididamente não dá certo no Ceará, ao que me parece ele não consegue motivar o grupo, o Ceará que conhecemos, o do PC Gusmão dormiu no dia 6 de junho de 2010 e não acordou ainda, passamos por Estevam Soares, Mário Sérgio, Dimas Filgueiras, Wagner Mancini e novamente Estevam e ninguém consegue acordar esse time. Onde estão Michel, João Marcos, Heleno, Boiadeiro, Careca, Washington, Marcelo Nicácio, Vicente, Fabrício?, to com saudade do G10 de 2009, liderando o time, jogando mal e “mordendo” o adversário, podia até não vencer, mas dava gosto de ver a garra, a vontade.. Ceará, cadê voce?

Pobre Futebol Rico

Muito se tem falado sobre a arbitragem no mundo do futebol. Não há restrição geográfica, racial, política ou federativa, mas, os antigamente chamados “homens de preto”, hoje mais fashions com seus uniformes multicores, porém não menos falíveis que dantes, continuam arrebatando o foco das atenções quando deveriam apenas ser meros coadjuvantes do espetáculo, ainda que valorosos, é justo que se diga, mas, nada além de instrumentos para um espetáculo onde o resultado deve ser conseqüência apenas do jogo.

Muito se fala que sem os erros da arbitragem o futebol não seria o mesmo, que perderia a emoção dos comentários, das opiniões diversas sobre as marcações polêmicas, mas, sinceramente, eu não consigo aceitar que o erro é necessário para a sobrevivência do futebol. A mim me parece meio insana esta afirmação.

Como crer que algo que fomenta sentimentos inferiores como o ódio, a desconfiança e a “injustiça” pode ser algo imprescindível para a sobrevivência do futebol? Para mim é, no mínimo, estúpido.

No mesmo patamar ficam os homens que comandam o futebol, os todo-poderosos e intocáveis dirigentes que escondidos atrás das instituições, transformaram o esporte em mero instrumento de negócio, onde o futebol e o torcedor que juntos formam um só corpo e que deveriam ser os grandes beneficiados desse negócio, pelo contrário, são os explorados da história, pelo show business em que o futebol se tornou.

Todas essas ações de marketing e transformação no “Football Association”, os mega-empreendedores e os donos da comunicação mundial não fazem o futebol ser melhor que foi ou do que é, pois, o futebol é auto-sustentável, é auto-suficiente, é auto-renovável. Ademais, são acessórios que fazem parte do contexto, necessários, mas não imprescindíveis.

O grande lance do futebol é a paixão alimentada pelos paradoxos que cercam a sua existência. As antíteses do futebol, intrínsecas à sua fisiologia, unem ingredientes compatíveis apenas a ele. A “lógica e o irracional”, o “óbvio e o imponderável”, a paixão que, por ser paixão, une “amor e ódio”, e os principais, inseparáveis e indispensáveis a qualquer jogo, a “competência e a sorte”.

Acho que esses são os ingredientes indispensáveis ao futebol, portanto, tudo mais pode e deve ser reinventado, transformado e renovado para fazer o futebol cada vez mais agradável e melhor para cumprir o seu papel em nossas vidas, nos dando lazer, prazer e exemplos dignos para a educação e o desenvolvimento humano que, ao contrário do que tem acontecido, não elevem as nossas mentes a pensamentos pequenos e nem os nossos corações a sentimentos pequenos.

Que os dirigentes possam dedicar à instituição do futebol a ética, a honestidade e a dignidade para que ele em sua importância, grandeza e abrangência, possa ser agente de transformação, fazendo com que torcedores e profissionais do futebol sejam exemplos, devolvendo assim ao futebol tudo que ele tem disposto a todos nós.

Autor: Ricardo Feijão

Ceará 3 X 0 Atlético-MG – Análise

Incontestável a vitória do Vozão sobre o Galo Mineiro ontem pela 8ª rodada do Brasileirão no Estádio Presidente Vargas. Inicialmente, ressalto a boa escalação do treinador Wagner Mancini, mas, é preciso reconhecer que a facilidade do jogo e a elasticidade do placar se deram muito mais pela inoperância do time do Atlético do que pela performance do Ceará. Esse alerta é necessário para evitar que os sensacionalistas de plantão e os palpiteiros de pós-jogo comecem a gritar aos quatro ventos que foi um jogo convincente. Vamos aos fatos.

Primeiro, foi um jogo fácil. O adversário, em nenhum momento, pôs em risco a sorte desse jogo e, quando isso acontece, precisamos ter muita cautela nas avaliações.

Falar do Atlético é fácil. Um time desentrosado, tecnicamente limitado e nitidamente desmotivado. Começa daí a análise que conclui que o Ceará enfrentou um time fraco na marcação, sofrido na criação e sem nenhum poder ofensivo.

O Ceará, jogando em seus domínios, tinha a obrigação de tomar a iniciativa do jogo, e o fez. O esquema tático alternando de 4-3-1-2 para 3-5-2 com o Heleno, ora sendo o primeiro volante cobrindo as subidas dos alas, mais especificamente do Boiadeiro pela direita, ora atuando como terceiro zagueiro, é a espinha dorsal da equipe e, com o meia e os dois atacantes dificultando a saída de bola do adversário, facilitou ainda mais o trabalho e fortaleceu o esquema defensivo do Ceará. Até aqui, tudo bem, apesar da inoperância do ataque do time do Atlético, sabemos que nunca é fácil enfrentar Michel, João Marcos, Heleno e Companhia.

O que é preciso ressaltar e alertar é a irregularidade do time durante os 90 minutos. O Ceará alternou bons momentos, com grande volume de jogo, porém, não sabendo tirar proveito da superioridade, e maus momentos, quando uma letargia coletiva se apoderava do time, dando ao adversário a possibilidade de reação, o que não aconteceu por pura incompetência da equipe do Atlético Mineiro.

Análise individual:

Fernando Henrique: Novamente apresentou falhas que confirmam a má fase (Nota: 6).

Boiadeiro: Mais participativo que Vicente nesse jogo, foi peça importante no jogo (Nota: 8,5)

Fabrício: Como sempre, regularíssimo em suas atuações. (Nota: 8,5)

Sacoman: Boa atuação e participação nas saídas de bola com bons lançamentos (Nota: 7,5)

Vicente: Menos utilizado nas subidas, mas, quando foi se saiu bem. Falhou na marcação. (Nota: 7)

Heleno: O Heleno de sempre, forte na marcação não dá espaço ao adversário (Nota: 7,5)

João Marcos: Boa marcação, mas, uma atuação abaixo do que tem capacidade (Nota: 7)

Michel: Firme na marcação, é sempre destaque, inclusive quando chega na frente. (Nota: 8)

Tiago Humberto: discretíssima atuação, bom passe, mas, pouca produtividade (Nota: 6)

Osvaldo: Veloz como sempre, assusta a defesa adversária, fez um gol, mas, precisa servir mais (Nota: 7,5)

Nicácio: boa atuação dentro do seu papel enquanto esteve em campo. Fez um gol (Nota: 7)

Felipe Almeida: Rápido, mas, pouco produtivo. Talvez falte ritmo de jogo (Nota: 6)

Rudnei: Responsabilidade para marcar e ao mesmo tempo fazer a ligação. Conseguiu (Nota: 7)

Enrico: Não deu tempo para avaliar. Pegou na bola duas vezes.

Autor: Ricardo Feijão